quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Dom Majella emite

Decreto para o Ano da Misericórdia
Logo do Ano da Misericórdia - Catedral do Bom Jesus
Na Arquidiocese de Pouso Alegre, o arcebispo de Pouso Alegre, Dom José Luiz Majella Delgado, CSsR, emitiu um Decreto para o Ano da Misericórdia. Ao todo serão onze Portas Santas que abertas em Santuários, na Basílica de Borda da Mata e na Catedral Metropolitana.
O Ano Santo da Misericórdia teve início no dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, marcando o cinquentenário do Concílio Vaticano II. Neste dia, o Papa Francisco abriu a Porta Santa, que se tornou uma Porta da Misericórdia, na Basílica de São Pedro em Roma.
No Domingo seguinte, Terceiro Domingo do Advento, dia 13 de dezembro, será aberta a Porta Santa na Basílica de São João de Latrão e em seguida nas demais basílicas papais.
Confira abaixo os horários de abertura das Portas Santas:
1Santuário Bom Jesus – Córrego do Bom Jesus – 19 h
2. Santuário Imaculado Coração de Maria – Pouso Alegre – 19h (Concentração na Capela de São Benedito, de onde todos sairão em peregrinação até a Porta Santa)
3Santuário Nossa Senhora da Medalha Milagrosa – Monte Sião – 19h30min do dia 20/12
4Santuário Nossa Senhora da Agonia – Itajubá – 19h
5Santuário Nossa Senhora da Piedade – Itajubá – 9h
6. Santuário São Francisco de Paula e Nossa Senhora de Fátima – Ouro Fino – 9h (Concentração no Centro de Pastoral, de onde todos sairão em peregrinação até a Porta Santa)
7Santuário Santa Rita de Cássia – Extrema – 19h
8. Santuário Santa Rita de Cássia – Santa Rita de Caldas – 10h
9. Santuário Santa Rita de Cássia – Santa Rita do Sapucaí – 9h (Concentração na Capela de São Benedito, de onde todos sairão em peregrinação até a Porta Santa)
10. Catedral Metropolitana Bom Jesus – Pouso Alegre – 10h (abertura solene feita pelo arcebispo de Pouso Alegre, Dom José Luiz Majella Delgado, CSsR).
11Basílica de Nossa Senhora do Carmo – Borda da Mata – 19h
Clique no link e leia a íntegra do  DECRETO ANO MISERICÓRDIA 
Texto: Adaisa Fernandes    Foto: Júlio C. Bueno   Arte: Lucimara do Carmo
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                                                                                                            Fonte: arquidiocese-pa.org.br

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Francisco:
Portas das igrejas não sejam blindadas

Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano. Cerca de 15 mil pessoas estiveram na Praça São Pedro para ouvir a catequese do Papa Francisco, que neste dia 18 de novembro foi dedicada à Misericórdia de Deus, no limiar do Jubileu Extraordinário.
A imagem utilizada pelo Pontífice para falar da misericórdia foi a da porta do Senhor, sempre generosamente aberta para acolher o nosso arrependimento. Portas abertas 
Do Sínodo dos Bispos, recordou o Papa, todas as famílias receberam um grande encorajamento a encontrar-se na entrada desta porta aberta. “A Igreja foi encorajada a abrir as suas portas para sair, com o Senhor, ao encontro dos filhos e filhas em caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nesses tempos difíceis”, disse e exortou:
“Se a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, também as portas de nossas igrejas, de nossas paróquias e dioceses devem estar sempre abertas. Assim todos podemos sair e levar esta misericórdia de Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar o Senhor entrar ou muitas vezes deixar o Senhor sair de nossas estruturas, de nosso egoísmo.”
Portas blindadas
O Papa citou alguns lugares no mundo onde nunca se fecham as portas à chave, mas também de tantos outros onde se tornou normal ter as portas blindadas. “Embora compreensível, não deixa de ser um mau sinal!”, afirmou. Não devemos render-nos à ideia de aplicar este sistema à vida da família, da cidade, da sociedade e, menos ainda, à vida da Igreja.
Deus tem sempre aberta a porta da misericórdia
“Uma Igreja sem hospitalidade, assim como uma família fechada em si mesma, mortifica o Evangelho e desertifica o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja! Tudo aberto!”
Francisco prosseguiu afirmando que a porta deve proteger, mas não refutar. A porta não deve ser forçada; pelo contrário, pede-se permissão para que a hospitalidade resplandeça. Todavia, muitas pessoas perderam inclusive a coragem de bater à porta.
“Quantas pessoas perderam a confiança, não tem a coragem de bater à porta do nosso coração cristão, às portas das nossas igrejas. Tiramos a confiança. Por favor, que isso jamais aconteça.” E o Papa agradeceu a todos os porteiros e porteiras que protegem casas, condomínios e igrejas.
Jesus é a Porta
Jesus, explicou o Pontífice, é a porta que nos faz entrar e sair. “Porque o ovil de Deus não é uma prisão, mas um refúgio.” Mas diante da porta, está o guardião, que ouve a voz de Jesus, então abre e faz entrar todas as ovelhas que Ele traz.
“Não é o guardião que escolhe as ovelhas, mas o bom Pastor. Não é o secretário ou a secretária da paróquia que decide quem entrar. A Igreja é a porteira da casa do Senhor, não a patroa”, recordou. Assim deve ser reconhecida a Igreja por toda a terra: como a guardiã de um Deus que bate à porta, como a recepcionista de um Deus que não fecha a porta com a desculpa de que não somos de casa.
Francisco concluiu com um pedido:
“Que as famílias cristãs façam de seu limiar de casa um pequeno grande sinal da Porta da misericórdia e do acolhimento de Deus. Com este espírito, estamos próximos ao Jubileu. Haverá a Porta Santa, mas há a porta da misericórdia de Deus. E que haja também a porta do nosso coração para receber o perdão de Deus ou dar o nosso perdão e acolher todos os que batem à nossa porta.”
Infância
Depois da catequese, o Pontífice recordou o Dia Mundial dos Direitos da Infância, celebrado em 20 de novembro.
“É um dever de todos proteger as crianças e antepor o bem delas a qualquer outro critério, para que jamais sejam submetidas a formas de escravidão e maus-tratos. Faço votos de que a comunidade internacional possa vigiar atentamente sobre as condições de vida dos menores, especialmente onde são expostos a recrutamento por parte de grupos armados; assim como possa ajudar as famílias a garantir a cada menino e menina o direito à escola e à educação.”
Clausura
Francisco lembrou ainda a celebração, no dia 21, da Jornada Pro Orantibus, no dia em que a Igreja recorda a apresentação de Maria ao Templo.
“Que não falte a nossa proximidade espiritual e material para que as comunidades de clausura possam realizar sua importante missão, na oração e no silêncio operoso.”
Brasileiros
Saudando os fiéis de língua portuguesa, o Papa manifestou seu afeto em especial aos brasileiros de Belém, João Pessoa, Olinda e Recife presentes na Praça. (BF)
Assista:
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                                                                                   Fonte: radiovaticana.va     news.va

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Cardeal Scherer:

O Sínodo sobre a família
Cidade do Vaticano (RV) - Durante o recente Sínodo dos Bispos sobre a família, realizado no Vaticano, o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer, diariamente, através da Rádio Vaticano, trouxe os conteúdos dos trabalhos sinodais, aos fiéis do Brasil. Na conclusão dos trabalhos do Sínodo Dom Odilo respondeu algumas perguntas à nossa emissora e também outras ao Jornal O São Paulo. Publicamos a entrevista do O São Paulo.
1. A 14ª assembleia ordinária do Sínodo foi encerrada no dia 25 de outubro. Como descrever a experiência desse Sínodo, na condição de participante dele?
Cardeal Odilo Scherer
Cardeal Odilo Scherer: Foi uma experiência eclesial muito intensa e bonita. Deu para perceber a universalidade da Igreja: sendo a mesma em toda parte, pelo mesmo Evangelho, a mesma profissão de fé e pela mesma organização visível, ela tem, ao mesmo tempo, faces muito diferentes, de acordo com as culturas onde ela está inserida. Foram 3 semanas de reuniões com a presença quase diária do Papa Francisco e com representantes dos episcopados do mundo inteiro, além de outros membros da Igreja. Não se tratou de um Parlamento, onde a maioria decide, ou os partidos tentam negociar composições e compromissos, para vencer um debate... Procuramos todos falar com liberdade e colocar-nos à escuta do outro, na tentativa de discernir o que o Espírito de Deus ensina.
2. O Sínodo tratou de muitos temas relativos à família: no seu parecer, quais serão as contribuições que mais deixarão marcas no presente e no futuro da família?
Cardeal Odilo Scherer: De fato, mesmo se o tema específico foi “a vocação e a missão da família na Igreja e na sociedade contemporânea”, foram abordados praticamente todos os temas referentes ao casamento e à família. Creio que o resultado foi muito positivo e algumas questões apareceram claras: uma renovada valorização da família pela Igreja, como realidade boa e querida por Deus; o casamento entre um homem e uma mulher dá início a uma família; a família tem uma missão importante em relação a cada pessoa, à comunidade humana e à Igreja; muitas situações novas e complexas envolvem hoje a família e requerem a atenção pastoral renovada da Igreja, que precisa estar próxima das famílias marcadas pela dor e todo tipo de sofrimento. A Igreja, ao mesmo tempo que convida todos a acolherem a Boa Nova de Jesus, precisa olhar com paciência e misericórdia os casais e as famílias que vivem em situações contrastantes com o  ensinamento do Evangelho.
3. Há esperança de que no futuro haja menos casais separados, divórcios e casais em segunda união?
Cardeal Odilo Scherer: A Igreja é sempre animada pela esperança. Mas o Sínodo refletiu muito sobre a necessidade da boa preparação para o casamento cristão e o casamento em geral. Creio que a preparação para o casamento deverá ser uma das ações principais da pastoral da família, de maneira que haja menos casamentos nulos ou divórcios no futuro. Precisamos perseverar, na certeza de que Deus não pede coisas impossíveis aos homens. É possível casar, perseverar e ser feliz no casamento.
4. Antes do Sínodo, criou-se uma grande expectativa sobre a questão da comunhão eucarística aos divorciados e recasados. Após o Sínodo, esses casais podem ou não receber a Eucaristia?
Cardeal Odilo Scherer: O Sínodo não tinha a missão de “resolver” essa questão, pois a natureza do sínodo é consultiva, e não decisória. O Sínodo refletiu com intensidade sobre isso e ofereceu algumas indicações ao Papa em relação ao eventual acesso à mesa eucarística dos casais que vivem em segunda união. Permanecem válidas as indicações dadas pelo Papa São João Paulo II na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, de 1981. A resposta não consiste num generalizado “pode”, ou “não pode”. Os casos não são todos iguais. Em algumas situações, pode haver uma permissão especial para comungar. O que o Sínodo falou com clareza é que esses casais não estão excomungados, nem devem se considerar como tais; são filhos da Igreja e têm muitas possibilidades de se sentirem parte da Igreja e em comunhão com Deus. Além da comunhão eucarística, há a comunhão de fé, da escuta e vivência da Palavra de Deus, da oração comum, da caridade, da participação na missão da Igreja...
5. O que a Igreja ganhou com o Sínodo? Valeu a pena realizar essa assembleia?
Cardeal Odilo Scherer: Creio que ganhou muito e o Sínodo sobre a família valeu muito a pensa. Houve uma nova tomada de consciência em relação à família e sobre a necessidade de uma nova pastoral familiar. Além disso, ficou muito clara a percepção de que é necessário haver uma espécie de aliança entre a Igreja e a família. O conceito de “Igreja doméstica”, aplicado à família cristã, vai ter maior relevância daqui por diante. Por outro lado, não deixou de ser profético para o mundo que a Igreja se ocupasse tão intensamente com a família nesta época, para dizer uma palavra clara e orientadora sobre essa célula básica da sociedade e da Igreja.
6. Falou-se em “lei da gradualidade”, aplicada à situação dos divorciados e recasados civilmente. Que significa isso?
Cardeal Odilo Scherer: É um conceito usado na teologia moral e sistemática: nem todos fazem a profissão de fé com a mesma intensidade, podendo haver um crescimento e amadurecimento na fé. Para a mesma ação humana objetiva, a responsabilidade moral subjetiva pode ser diferente, dependendo de uma série de fatores; nem toda ação virtuosa tem o mesmo grau de perfeição, podendo haver crescimento na virtude. Em relação aos casais divorciados, a responsabilidade pela quebra da aliança matrimonial não é sempre igual para as duas partes. Assim também, os casais que vivem em segunda união, também podem estar vivendo graus diversos de responsabilidade moral subjetiva por essa situação; uma, é a de quem causou a separação e outra, a situação da parte inocente numa separação. Este é um fator a ser considerado no acompanhamento dos casais em segunda união.
7. O Relatório final do Sínodo, nos parágrafos 84 e 85, fala do acompanhamento pastoral dos casais em segunda união, da necessidade de confrontar-se com a sua consciência. Significa que depois disso já podem aproximar-se da comunhão eucarística?
Cardeal Odilo Scherer: Na consciência moral, a pessoa se confronta com Deus e toma suas decisões morais. A consciência moral subjetiva é importante, mas ela precisa confrontar-se com a norma moral objetiva. No caso do divórcio e de uma nova união, há uma questão moral objetiva, que não pode ser desconsiderada e as decisões não podem ficar simplesmente por conta da consciência subjetiva. Por isso é necessário que esses casais busquem e recebam a ajuda do sacerdote para fazer o adequado discernimento. O Sínodo evitou de deixar a decisão simplesmente por conta da consciência moral subjetiva.
8. No parágrafo 86 fala-se da necessidade do acompanhamento pastoral pelo sacerdote, para fazer o discernimento sobre casa situação. O padre pode decidir sobre a participação desses casais na comunhão?
Cardeal Odilo Scherer: Acompanhamento, inclusão e misericórdia foram conceitos usados com abundância no Sínodo A Igreja, nas realidades locais, precisa acompanhar, ou seja, tornar-se próxima das situações de casais em crise, ou que se divorciaram, ou que se casaram de novo no civil, após uma separação. Apesar de tudo, essas pessoas não devem ser abandonadas, condenadas ou excluídas da comunidade; há necessidade de discernir, orientar, indicar vias de participação na vida e missão da Igreja. Há situações em que será necessário encaminhar para o reconhecimento da nulidade. A participação da comunhão eucarística é importante, mas esta não deve ser a única preocupação pastoral. Nas indicações dadas pelo Sínodo não consta que o padre esteja autorizado a decidir pelo casal, de modo generalizado, sobre a participação na comunhão eucarística.
9. Haverá ainda uma palavra do Papa sobre o assunto?
Cardeal Odilo Scherer: O Sínodo consultivo e, por si mesmo, não lhe cabia tomar nenhuma decisão. O Papa convocou a assembleia do Sínodo para ouvir a Igreja sobre as questões relativas ao casamento e a família, através dos seus pastores locais. Isso foi feito, o Papa ouviu atentamente e recebeu o relatório final, com as indicações dos participantes do Sínodo. Agora, depois de algum tempo, certamente haverá uma palavra “de autoridade” do Papa, como aconteceu nos Sínodos anteriores. Vamos continuar a rezar e aguardar.
                                                     Cardeal Odilo Pedro Scherer - Arcebispo de São Paulo
Fonte: radiovaticana.va   Publicado em O SÃO PAULO, 26.10.2015     Foto: santaangela.com.br
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sábado, 24 de outubro de 2015

Cardeal Bassetti: 
É um novo percurso, não se volta atrás

Cidade do Vaticano (RV) - Existem diferentes sensibilidades, porém, há uma grande harmonia nas discussões fundamentais, nos princípios, como estamos verificando nestes últimos dias de trabalho. A meu ver, está emergindo uma riqueza de material que depois será colocada nas mãos do Santo Padre, de modo que possa fazer um discernimento mais amplo.
É o que afirma o arcebispo de Perugia – região italiana da Úmbria –, Cardeal Gualtiero Basseti, comentando o clima do Sínodo ordinário dos bispos sobre a família, estes dias, na reta final.
“É preciso recordar a diferença entre Concílio ecumênico e Sínodo”, explica:
Cardeal Gualtiero Basseti
“O primeiro tem uma faculdade deliberativa, enquanto o Sínodo é somente propositivo. Daí, também, a grande liberdade que temos em nossas discussões, vez que a decisão final é colocada nas mãos do Papa. Foi ele mesmo quem nos recomendou a ‘parresia’ (franqueza, coragem, destemor, ndr), propriamente porque ela torna mais fácil a tarefa que deverá assumir.”
Meu parecer é de que neste Sínodo há uma comunhão de fundo que é dada justamente pela colegialidade entre os bispos, pela relação dos prelados com os sacerdotes e com os leigos. Porém, ao mesmo tempo, há também essa grande liberdade que, graças a Deus, nos permite discutir”, continua o purpurado.
Mais integração e acompanhamento
“A propósito do tema das chamadas famílias feridas, abordado na terceira parte do Instrumenum laboris, os percursos a serem desenvolvidos para ajudá-las, já acenados no texto, são dois: o acompanhamento e a integração.”
“Porém – explica –, ainda é preciso fazer muito para desenvolvê-los, porque o documento não estabelece o que realizar concretamente para permitir a integração.”
“Há, por exemplo, um alargamento da integração, até então unicamente no nível da caridade, do voluntariado, para o nível litúrgico e catequético.”
“Aí – explica o Cardeal Bassetti –, o campo se alarga, porque também um divorciado recasado, que reconheceu erros, poderia tornar-se um professor de religião ou uma testemunha da fé católica.”
“Também a nível de acompanhamento estamos muito atrasados”, acrescenta. “Hoje preparamos os jovens para a Crisma, e depois os perdemos todos. Somente alguns voltam no âmbito da preparação para o matrimônio e, mesmo assim, muitas vezes procuram não fazê-la totalmente. E depois, nesse caso, se dá um sacramento que implica compromisso tanto quanto o da ordem, porque tem um grande impacto social e de testemunho.”
Jovens: falta educação para a sexualidade
“Aí seria necessário mudar o sistema e acompanhar os jovens não somente antes da Crisma, mas também depois, envolvendo as famílias. Inclusive enfrentando com os jovens todos os problemas da afetividade e da sexualidade, algo que na Itália não se faz”, explica o arcebispo de Perugia.
“Nesse campo estamos no nível do ‘cada qual faça por conta própria’. Muitas vezes a escola não trata desse âmbito, e se trata, do jeito como faz, é melhor que não trate.” Os pais não tratam da questão, a paróquia também não, “e o resultado é que os jovens não são acompanhados”.
“A Igreja – conclui o cardeal – deve acompanhar os jovens até o matrimônio, e, sobretudo, preocupar-se mais em acompanhar os jovens casais de esposos. Porque os fracassos se dão sobretudo nos primeiros anos, é aí que se tem uma abordagem errada”.
O convite de Isaías
Segundo o Cardeal Bassetti, com os dois Sínodos e o Jubileu da Misericórdia que se iniciará em dezembro próximo, o Papa abriu um processo que prosseguirá por muito tempo.
“Não se volta atrás”, comenta o purpurado. “O Sínodo que desemboca no Jubileu é um gesto tal de abertura a todos, que realiza o trecho de Isaías: ‘Ó vós todos que tendes sede, vinde às águas’. A Igreja tem esse belíssimo depósito de graça e o quer verdadeiramente colocar na mão de seus filhos. E mesmo quem não tem nada é acolhido igualmente.” (RL)
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"Sínodo trará convite a discernir e compreender, sem julgar"
Cidade do Vaticano (RV) – O texto final do Sínodo dos Bispos “foi aprovado por unanimidade pela Comissão dos Dez chamada a verificar que tudo se realizasse na máxima transparência para apresentá-lo à Assembleia”: foi o que adiantou Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa, na coletiva concedida aos jornalistas no final da manhã de sábado (24/10). O texto foi lido inteiramente na Sala e será votado, ponto por ponto, na parte da tarde. 
Comunhão aos divorciados e discernimento
Dom Raymundo Damasceno presidirá sessão conclusiva
Sobre a hipótese de readmitir à comunhão os divorciados recasados, “o Relatório final não contém um ‘sim’ ou um ‘não’, mas um convite ao discernimento” das situações concretas, antecipou, na coletiva, o Cardeal Christoph Schoenborn, arcebispo de Viena. O documento vai propor critérios para o acompanhamento pastoral, não só para a comunhão, mas para todas as questões”.
“A palavra-chave é discernimento. Convido todos a pensar na palavra de São João Paulo II na ‘Familiaris consortio’, onde se fala da obrigação de exercer o discernimento porque as situações são diferentes e o Papa Francisco, com bom jesuíta, a aprendeu quando era jovem: neste caso, discernimento significa tentar entender a situação de uma pessoa ou de um casal”. 
Homossexualidade
A respeito da homossexualidade, o arcebispo de Viena adiantou que “não consta muito no texto e alguns ficarão desiludidos”.
“Constatamos duas coisas. O tema tocado neste documento é tratado sob o aspecto da família na qual existe a experiência de um irmão, uma irmã ou um tio homossexual. Como cristãos, como lidar com estas situações? Muitos disseram que por razões culturais ou políticas, o tema é delicado demais. No entanto, deixar este tema fora do documento não quer dizer que na Europa ou na América do Norte não seja um tema de Igreja, mas em nível de universalidade temos que respeitar a diversidade das situações políticas e culturais”. 
Em síntese, para o Cardeal Schoenborn, a mensagem principal é o próprio tema do Sínodo: Um grande ‘sim’ à família. “O êxito do Sínodo é justamente este: a família não é um modelo superado, passado; é a realidade mais fundamental da sociedade. Não há uma ‘rede’ mais segura em tempos difíceis do que a família, inclusive as feridas e recompostas”.
Dom Raymundo preside sessão conclusiva
Também estava presente na coletiva de imprensa o Cardeal Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida, um dos Presidentes-delegados do Sínodo. Dom Raymundo salientou a necessidade de os governos oferecerem políticas públicas às famílias: “A família sozinha pode fazer pouco”, declarou.
Na expectativa da publicação do Relatório final, previsto para as 18h, ficou claro que em todas as situações, dos divorciados recasados aos jovens que têm receio de contrair o sacramento do matrimônio, as indicações são “atenção às famílias feridas; não julgar, discernir e compreender”. 
(CM)
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Papa ao final do Sínodo:
A Igreja deve proclamar a misericórdia e não aplicar condenações
Cidade do Vaticano (RV) – “Para a Igreja, encerrar o Sínodo significa voltar realmente a «caminhar juntos» para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia Deus!”: palavras do Papa Francisco ao encerrar neste sábado os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família.
Depois das palavras do Cardeal Raymundo Damasceno Assis, que presidiu à 18ª Congregação Geral, do Secretário do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, o Pontífice agradeceu a todos os participantes que “trabalharam de forma incansável e com total dedicação à Igreja”.
Francisco no final do Sínodo
Ao encerrar o Sínodo, disse o Papa, “não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família, mas que procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho”; “não significa que encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família, mas que colocamos tais dificuldades e dúvidas sob a luz da Fé, abordamo-las sem medo e sem esconder a cabeça na areia”. Mas significa "que demos provas da vitalidade da Igreja Católica, que não tem medo de abalar as consciências anestesiadas ou sujar as mãos discutindo, animada e francamente, sobre a família”.
O Pontífice ressaltou ainda as diferentes opiniões que se expressaram livremente – “e às vezes, infelizmente, com métodos não inteiramente benévolos” – que enriqueceram e animaram o diálogo, proporcionando a imagem viva duma Igreja que não usa 'impressos prontos', mas que, da fonte inexaurível da sua fé, tira água viva para saciar os corações ressequidos.
Para Francisco, a experiência do Sínodo fez compreender melhor “que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão. Isto não significa de forma alguma diminuir a importância das fórmulas, das leis e dos mandamentos divinos, mas exaltar a grandeza do verdadeiro Deus”.
“O primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus, chamar à conversão e conduzir todos os homens à salvação do Senhor”, acrescentou o Pontífice.
Leia a seguir a íntegra das palavras de Francisco:
Amadas Beatitudes, Eminências, Excelências, Queridos irmãos e irmãs!
Quero, antes de mais, agradecer ao Senhor por ter guiado o nosso caminho sinodal nestes anos através do Espírito Santo, que nunca deixa faltar à Igreja o seu apoio.
Agradeço de todo o coração ao Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral do Sínodo, a Dom Fabio Fabene, Subsecretário e, juntamente com eles, agradeço ao Relator, o Cardeal Peter Erdö, e ao Secretário Especial, Dom Bruno Forte, aos presidentes delegados, aos secretários, consultores, tradutores e todos aqueles que trabalharam de forma incansável e com total dedicação à Igreja: um cordial obrigado!
Agradeço a todos vós, amados padres sinodais, delegados fraternos, auditores, auditoras e conselheiros, párocos e famílias pela vossa ativa e frutuosa participação.
Agradeço ainda a todas as pessoas que se empenharam, de forma anônima e em silêncio, prestando a sua generosa contribuição para os trabalhos deste Sínodo.
Estai certos de que a todos recordo na minha oração ao Senhor para que vos recompense com a abundância dos seus dons e graças!
Enquanto acompanhava os trabalhos do Sínodo, pus-me esta pergunta: Que há-de significar, para a Igreja, encerrar este Sínodo dedicado à família?
Certamente não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família, mas que procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho, da tradição e da história bimilenária da Igreja, infundindo neles a alegria da esperança, sem cair na fácil repetição do que é indiscutível ou já se disse.
Seguramente não significa que encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família, mas que colocamos tais dificuldades e dúvidas sob a luz da Fé, examinâmo-las cuidadosamente, abordamo-las sem medo e sem esconder a cabeça na areia.
Significa que solicitamos todos a compreender a importância da instituição da família e do Matrimônio entre homem e mulher, fundado sobre a unidade e a indissolubilidade e a apreciá-la como base fundamental da sociedade e da vida humana.
Significa que escutamos e fizemos escutar as vozes das famílias e dos pastores da Igreja que vieram a Roma carregando sobre os ombros os fardos e as esperanças, as riquezas e os desafios das famílias do mundo inteiro.
Significa que demos provas da vitalidade da Igreja Católica, que não tem medo de abalar as consciências anestesiadas ou sujar as mãos discutindo, animada e francamente, sobre a família.
Significa que procuramos olhar e ler a realidade, melhor dito as realidades, de hoje com os olhos de Deus, para acender e iluminar, com a chama da fé, os corações dos homens, num período histórico de desânimo e de crise social, econômica, moral e de prevalecente negatividade.
Significa que testemunhamos a todos que o Evangelho continua a ser, para a Igreja, a fonte viva de novidade eterna, contra aqueles que querem «endoutriná-lo» como pedras mortas para as jogar contra os outros.
Significa também que espoliamos os corações fechados que, frequentemente, se escondem mesmo por detrás dos ensinamentos da Igreja ou das boas intenções para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas.
Significa que afirmamos que a Igreja é Igreja dos pobres em espírito e dos pecadores à procura do perdão e não apenas dos justos e dos santos, ou melhor dos justos e dos santos quando se sentem pobres e pecadores.
Significa que procuramos abrir os horizontes para superar toda a hermenêutica conspiradora ou perspectiva fechada, para defender e difundir a liberdade dos filhos de Deus, para transmitir a beleza da Novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem duma linguagem arcaica ou simplesmente incompreensível.
No caminho deste Sínodo, as diferentes opiniões que se expressaram livremente – e às vezes, infelizmente, com métodos não inteiramente benévolos – enriqueceram e animaram certamente o diálogo, proporcionando a imagem viva duma Igreja que não usa «impressos prontos», mas que, da fonte inexaurível da sua fé, tira água viva para saciar os corações ressequidos.¹
E vimos também – sem entrar nas questões dogmáticas, bem definidas pelo Magistério da Igreja – que aquilo que parece normal para um bispo de um continente, pode resultar estranho, quase um escândalo, para o bispo doutro continente; aquilo que se considera violação de um direito numa sociedade, pode ser preceito óbvio e intocável noutra; aquilo que para alguns é liberdade de consciência, para outros pode ser só confusão. Na realidade, as culturas são muito diferentes entre si e cada princípio geral, se quiser ser observado e aplicado, precisa de ser inculturado.² O Sínodo de 1985, que comemorava o vigésimo aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, falou da inculturação como da «íntima transformação dos autênticos valores culturais mediante a integração no cristianismo e a encarnação do cristianismo nas várias culturas humanas».³ A inculturação não debilita os valores verdadeiros, mas demonstra a sua verdadeira força e a sua autenticidade, já que eles adaptam-se sem se alterar, antes transformam pacífica e gradualmente as várias culturas.£
Vimos, inclusive através da riqueza da nossa diversidade, que o desafio que temos pela frente é sempre o mesmo: anunciar o Evangelho ao homem de hoje, defendendo a família de todos os ataques ideológicos e individualistas.
E, sem nunca cair no perigo do relativismo ou de demonizar os outros, procuramos abraçar plena e corajosamente a bondade e a misericórdia de Deus, que ultrapassa os nossos cálculos humanos e nada mais quer senão que «todos os homens sejam salvos» (1 Tim 2, 4), para integrar e viver este Sínodo no contexto do Ano Extraordinário da Misericórdia que a Igreja está chamada a viver.
Amados irmãos!
A experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor também que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão. Isto não significa de forma alguma diminuir a importância das fórmulas, das leis e dos mandamentos divinos, mas exaltar a grandeza do verdadeiro Deus, que não nos trata segundo os nossos méritos nem segundo as nossas obras, mas unicamente segundo a generosidade sem limites da sua Misericórdia (cf. Rm 3, 21-30; Sal 129/130; Lc 11, 37-54). Significa vencer as tentações constantes do irmão mais velho (cf. Lc 15, 25-32) e dos trabalhadores invejosos (cf. Mt 20, 1-16). Antes, significa valorizar ainda mais as leis e os mandamentos, criados para o homem e não vice-versa (cf. Mc 2, 27).
Neste sentido, o necessário arrependimento, as obras e os esforços humanos ganham um sentido mais profundo, não como preço da Salvação – que não se pode adquirir – realizada por Cristo gratuitamente na Cruz, mas como resposta Àquele que nos amou primeiro e salvou com o preço do seu sangue inocente, quando ainda éramos pecadores (cf. Rm 5, 6).
O primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus, chamar à conversão e conduzir todos os homens à salvação do Senhor (cf. Jo 12, 44-50).
Do Beato Paulo VI temos estas palavras estupendas: «Por conseguinte podemos pensar que cada um dos nossos pecados ou fugas de Deus acende n’Ele uma chama de amor mais intenso, um desejo de nos reaver e inserir de novo no seu plano de salvação (...). Deus, em Cristo, revela-Se infinitamente bom (...). Deus é bom. E não apenas em Si mesmo; Deus – dizemo-lo chorando – é bom para nós. Ele nos ama, procura, pensa, conhece, inspira e espera… Ele – se tal se pode dizer – será feliz no dia em que regressarmos e Lhe dissermos: Senhor, na vossa bondade, perdoai-me. Vemos, assim, o nosso arrependimento tornar-se a alegria de Deus».5
Por sua vez São João Paulo II afirmava que «a Igreja vive uma vida autêntica, quando professa e proclama a misericórdia, (...) e quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador das quais ela é depositária e dispensadora».6
Também o Papa Bento XVI disse: «Na realidade, a misericórdia é o núcleo da mensagem evangélica, é o próprio nome de Deus (...). Tudo o que a Igreja diz e realiza, manifesta a misericórdia que Deus sente pelo homem, portanto, por nós. Quando a Igreja deve reafirmar uma verdade menosprezada, ou um bem traído, fá-lo sempre estimulada pelo amor misericordioso, para que os homens tenham vida e a tenham em abundância (cf. Jo 10, 10)».7
Sob esta luz e graça, neste tempo de graça que a Igreja viveu dialogando e discutindo sobre a família, sentimo-nos enriquecidos mutuamente; e muitos de nós experimentaram a ação do Espírito Santo, que é o verdadeiro protagonista e artífice do Sínodo. Para todos nós, a palavra «família» já não soa como antes, a ponto de encontrarmos nela o resumo da sua vocação e o significado de todo o caminho sinodal.8
Na verdade, para a Igreja, encerrar o Sínodo significa voltar realmente a «caminhar juntos» para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia Deus!
Obrigado!
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1 Cf. PAPA FRANCISCO, Carta ao Magno Chanceler da "Pontificia Universidad Católica Argentina", no centenário da Faculdade de Teologia, 3 de Março de 2015.
2 Cf. PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA, Fé e cultura à luz da Bíblia. Actas da Sessão Plenária de 1979 da Pontifícia Comissão Bíblica, LDC, Leumann 1981; CONC. ECUM. VAT. II, Gaudium et spes, 44.
3 Relação final (7 de Dezembro de 1985), II/D.4: L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 22/XII/1985), 652.
4 «Em virtude da sua missão pastoral, a Igreja deve manter-se sempre atenta às mudanças históricas e à evolução das mentalidades. Certamente não para se submeter a elas, mas para superar os obstáculos que possam opor-se à recepção das suas recomendações e das suas directrizes» (Entrevista ao Cardeal Georges Cottier, La Civiltà Cattolica, 3963-3964, 8 de Agosto de 2015, p. 272).
5 Homilia, 23 de Junho de 1968: Insegnamenti 6, 1968, 1177-1178.
6 Carta. enc. Dives in misericordia, 30 de Novembro de 1980, 13. Disse também: «No mistério pascal, (…) Deus mostra-Se-nos por aquilo que é: um Pai de coração terno, que não se rende diante da ingratidão dos seus filhos, e está
sempre disposto ao perdão» (JOÃO PAULO II, Alocução do «Regina Caeli», 23 de Abril de 1995: Insegnamenti 18/1, 1995, 1035). E descrevia a resistência à misericórdia com estas palavras: «A mentalidade contemporânea, talvez mais do que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem» (Carta enc. Dives in misericordia, 2).
7 Alocução do «Regina Caeli», 30 de Março de 2008: Insegnamenti 4/1, 2008, 489-490. E, referindo-se ao poder da misericórdia, afirma: «É a misericórdia que põe um limite ao mal. Nela expressa-se a natureza muito peculiar de Deus - a sua santidade, o poder da verdade e do amor» (Homilia no Domingo da Divina Misericórdia, 15 de Abril de 2017: Insegnamenti 3/1, 2007, 667).
8 Uma análise, em acróstico, da palavra «família» ajuda-nos a resumir a missão da Igreja na sua tarefa de: Formar as novas gerações para viverem seriamente o amor, não como pretensão individualista baseada apenas no prazer e no «usa e joga fora», mas para acreditarem novamente no amor autêntico, fecundo e perpétuo, como o único caminho para sair de si mesmo, para se abrir ao outro, para sair da solidão, para viver a vontade de Deus, para se realizar plenamente, para compreender que o matrimónio é o «espaço onde se manifesta o amor divino, para defender a sacralidade da vida, de toda a vida, para defender a unidade e a indissolubilidade do vínculo conjugal como sinal da graça de Deus e da capacidade que o homem tem de amar seriamente» (Homilia na Missa de Abertura do Sínodo, 4 de Outubro de 2015) e para valorizar os cursos pré-matrimoniais como oportunidade de aprofundar o sentido cristão do sacramento do Matrimónio; Aviar-se ao encontro dos outros, porque uma Igreja fechada em si mesma é uma Igreja morta; uma Igreja que não sai do seu aprisco para procurar, acolher e conduzir todos a Cristo é uma Igreja que atraiçoa a sua missão e vocação; Manifestar e estender a misericórdia de Deus às famílias necessitadas, às pessoas abandonadas, aos idosos negligenciados, aos filhos feridos pela separação dos pais, às famílias pobres que lutam para sobreviver, aos pecadores que batem às nossas portas e àqueles que se mantêm longe, aos deficientes e a todos aqueles que se sentem feridos na alma e no corpo e aos casais dilacerados pela dor, a doença, a morte ou a perseguição; Iluminar as consciências, frequentemente rodeadas por dinâmicas nocivas e subtis que procuram até pôr-se no lugar de Deus criador: tais dinâmicas devem ser desmascaradas e combatidas no pleno respeito pela dignidade de cada pessoa; ganhar e reconstruir com humildade a confiança na Igreja, seriamente diminuída por causa da conduta e dos pecados dos seus próprios filhos; infelizmente, o contratestemunho e os escândalos cometidos dentro da Igreja por alguns clérigos afetaram a sua credibilidade e obscureceram o fulgor da sua mensagem salvífica; Labutar intensamente por apoiar e incentivar as famílias sãs, as famílias fiéis, as famílias numerosas que continuam, não obstante as suas fadigas diárias, a dar um grande testemunho de fidelidade aos ensinamentos da Igreja e aos mandamentos do Senhor; Idear uma pastoral familiar renovada, que esteja baseada no Evangelho e respeite as diferenças culturais; uma pastoral capaz de transmitir a Boa Nova com linguagem atraente e jubilosa e tirar do coração dos jovens o medo de assumir compromissos definitivos; uma pastoral que preste uma atenção particular aos filhos que são as verdadeiras vítimas das lacerações familiares; uma pastoral inovadora que implemente uma preparação adequada para o sacramento do Matrimônio e ponha termo a costumes vigentes que muitas vezes se preocupam mais com a aparência duma formalidade do que com a educação para um compromisso que dure a vida inteira; Amar incondicionalmente todas as famílias e, de modo particular, aquelas que atravessam um período de dificuldade: nenhuma família deve sentir-se sozinha ou excluída do amor e do abraço da Igreja; o verdadeiro escândalo é o medo de amar e de manifestar concretamente este amor.
[01826-PO.01] [Texto original: Italiano]      [B0817-XX.01]
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                                                                     Fonte: radiovaticana.va     news.va

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

"A identidade familiar se baseia na promessa de fidelidade"
Cidade do Vaticano (RV) – Na audiência geral desta quarta-feira (21/10), o Papa dissertou sobre ‘as promessas’ feitas nas famílias, começando pela promessa de amor e fidelidade feita por marido e esposa no momento do matrimônio. 
Diante de cerca de 30 mil pessoas, na Praça São Pedro, o Pontífice disse que “ela comporta o compromisso de acolher e educar os filhos; cuidar dos pais idosos, proteger e acudir os membros mais frágeis da família, ajudar-se mutuamente para realizar suas qualidades e aceitar seus limites. Uma família que se fecha em si mesma é uma contradição, uma mortificação da promessa que a fez nascer e a faz viver".
Fidelidade com liberdade
Que Deus abençoe os casais e os fortaleça em sua fidelidade!
Além da fidelidade, Francisco ressaltou o valor da liberdade: “Ninguém quer ser amado somente por seus bens ou por ‘obrigação’. Assim como a amizade, o amor deve sua força e sua beleza ao fato que gera uma relação sem privá-la da liberdade. Sem liberdade não existe amor e não existe matrimônio”, afirmou, concluindo que “liberdade e fidelidade não se opõem, mas se sustentam reciprocamente”. 
Para o Papa, “a fidelidade às promessas do matrimônio é uma verdadeira ‘obra de arte’ da humanidade, um ‘milagre’, já que sua força e persuasão nunca cessam de nos encantar e surpreender. 
A este ponto, o Papa improvisou lembrando-se do passado, quando para nossos avós, valia ‘dar a palavra e apertar as mãos’:
Cumprir as promessas
“Ah... naqueles tempos... quando se fazia um acordo, apertar a mão era suficiente... era um fato social, existia a ‘fidelidade’ às promessas...”
A honra à palavra, assim como a fidelidade da promessa, não se pode comprar nem vender; não se pode obrigar com a força e nem custodiar sem sacrifício. Se a família não ensinar esta verdade do amor, nenhuma outra escola o poderá fazer. Sendo assim, Francisco defendeu que “é necessário restituir honra social à fidelidade do amor”. 
O ensinamento desta catequese, a poucos dias do encerramento do Sínodo sobre a Família em andamento no Vaticano, é que “a Igreja encontra na família uma bênção a ser resguardada, da qual sempre se aprende, antes de ensiná-la e discipliná-la”:
“O amor pela família humana, na boa e na má sorte, é um ponto de honra para a Igreja. Que Deus nos conceda de estarmos à altura desta promessa!”. Terminando, Francisco pediu a todos que rezem pelos Padres Sinodais, que o Senhor abençoe seu trabalho, realizado com fidelidade criativa, confiantes de que Ele, o Senhor, é o primeiro a ser fiel em suas promessas”.
Oração pelo êxito do Sínodo
Após estas palavras, o Pontífice saudou os diferentes grupos de turistas e peregrinos presentes na audiência. Dirigindo-se aos de fala portuguesa, agradeceu a delegação da Comunidade Hebraica de São Paulo, acompanhada pelo Cardeal Odilo Scherer. “Que esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos”, disse, concedendo a todos a sua bênção apostólica.
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Padre Lombardi desmente notícia sobre saúde do Papa
Cidade do Vaticano (RV) – “A difusão de notícias totalmente infundadas sobre a saúde do Santo Padre por parte de um órgão de imprensa italiano é gravemente irresponsável e não é digna de atenção”.
Padre Federico Lombardi
Esta foi a declaração do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, após tomar conhecimento, durante a última noite, da notícia divulgada por um jornal local italiano de que teria sido diagnosticado no Papa um pequeno tumor no cérebro.
“Além disso, – continuam as poucas palavras do Padre Lombardi – como todos podem ver, o Papa realiza sempre sem interrupção a sua intensa atividade de modo absolutamente normal”, finaliza. (SP)
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                                                                     Fonte: radiovaticana.va     news.va

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Mais de 400 congressistas vivem dias de bênçãos e graças

Amar é nossa missão”, esse foi o tema do VII Congresso de Pastoral Familiar do Regional Leste II da CNBB realizado nos dias 16, 17 e 18 de outubro na cidade de Lavras (MG).
Abertura Oficial
Com estrutura muito bem organizada por agentes da Pastoral da Diocese de São João del Rei, o evento teve suas atividades em excelente local, dependências do Campus da Universidade de Lavras (Unilavras).
O Congresso teve a participação do arcebispo de Uberaba e Presidente do Regional, Dom Paulo Peixoto, do Bispo de São João del Rei e Bispo referencial da Pastoral Familiar, Dom Célio de Oliveira Goulart, de mais de trinta sacerdotes, entre os quais o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família (CEPVF), Pe. Moacir Silva Arantes, e de membros da Comissão da Pastoral do Regional, entre eles o assessor, Pe. Jorge Alves Filho, e de mais de trezentos e sessenta agentes das trinta e duas dioceses de Minas e Espírito Santo. Representando a Arquidiocese de Pouso Alegre, participaram três casais: Luiz Carlos e Rita Camporezzi (coordenadores arquidiocesanos), Maurício M. Almeida e Maria José da Cunha Ribeiro Almeida (Pouso Alegre) e Luiz Gonzaga da Rosa e Maria Stela Barros Palma da Rosa (Paraisópolis).
No primeiro dia (sexta), após a abertura oficial, entre outras atividades, foi apresentada por Dom Célio a 1ª Conferência, “Amor como missão do ser humano”.
Casais representantes da Arquidiocese de Pouso Alegre
O segundo dia iniciou-se com a Missa votiva do Sacramento do Matrimônio, presidida por Dom Célio e concelebrada por Dom Paulo e dezenas de sacerdotes. Seguiu-se a exposição, pelo Pe. Moacir, do tema da 2ª Conferência, “Pastoral Familiar no contexto da Nova Evangelização: uma Igreja em saída”. A 3ª Conferência, “Preparação para o Matrimônio: de quem é esta tarefa”, ficou sob a responsabilidade do casal André e Karina Parreira, que teve seu livro ”Encontros de preparação para o matrimônio” (Paulinas) lançado oficialmente no evento por Dom Célio.
Após o almoço, foram realizadas diversas oficinas com variados temas e apresentada pelo sacerdote dehoniano, Pe. Mário Marcelo, a 4ª conferência, “Bioética”.
No domingo, foram feitas duas conferências, “Sexualidade e Afetividade como instrumento para o fortalecimento conjugal: desafios e perspectivas”, sob a responsabilidade do casal Gerson e Celina Abarca, e “A Família cristã no mundo atual”, sob a responsabilidade do casal Luiz Rogério e Edwiges.
Após a apresentação das equipes de trabalho, a Coordenadora da Pastoral Familiar do Regional, Valéria, divulgou a sede do próximo Congresso, Patos de Minas. Com a Celebração do Envio, presidida por Dom Célio, encerrou-se o belo e rico evento de Pastoral Familiar do Regional Leste 2 da CNBB.
Nossos cumprimentos aos responsáveis pela organização do Congresso, que, certamente, proporcionará muitos frutos
às famílias de Minas Gerais e Espírito Santo!
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Sexta-feira








































Sábado





































































Domingo














































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