domingo, 27 de setembro de 2015

Papa Francisco:
"Chamados a edificar o Corpo de Cristo que é a Igreja"
Nova Iorque (RV) – Neste penúltimo dia em terras estadunidenses, o Papa se despediu de Nova Iorque na manhã deste sábado (26/9), e se transferiu para Filadélfia onde presidiu à celebração Eucarística para os bispos, o clero, os religiosos e religiosas da Pensilvânia na Basílica de São Pedro e São Paulo.
No patamar da Basílica, Francisco foi acolhido por um grupo de crianças e algumas famílias, enquanto no interior, estavam presentes cerca de 2 mil fiéis e, na capela lateral, outros 500. Durante a Missa votiva da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, o Papa pronunciou sua homilia referindo-se inicialmente à história daquela bela Catedral, que o levou a aprofundar o aspecto histórico, não material mas espiritual, da Igreja da Filadélfia e da Pensilvânia:
Herança
É nossa missão transmitir a alegria do Evangelho e edificar a Igreja
“Trata-se de uma história que nos fala de gerações e gerações de católicos comprometidos, que saíram para as periferias a fim de construir comunidades de culto, de educação, de caridade e de serviço à sociedade inteira. Tal história é visível nos muitos santuários espalhados por esta cidade, nas suas inúmeras paróquias, cujas agulhas e campanários falam da presença de Deus no meio das nossas comunidades”.
Esta história da Igreja local pode ser vista ainda, acrescentou o Papa, nos esforços de todos aqueles sacerdotes, religiosos e leigos que, com dedicação, ao longo de dois séculos, trabalharam pelas necessidades espirituais dos pobres, dos imigrantes, dos doentes e dos encarcerados; pode ser vista também nas inúmeras escolas, onde consagrados e consagradas ensinaram as crianças a ler e a escrever, a amar a Deus e ao próximo, e a contribuir como bons cidadãos para a vida da sociedade americana.
Missionariedade
A seguir, Francisco recordou a história de Santa Catarina Drexel, uma das grandes santas daquela Igreja local. Quando ela falou ao Papa Leão XIII da necessidade das missões, o Papa, que era muito sábio, perguntou-lhe: «E você, o que vai fazer?» Tais palavras mudaram a vida e o rumo de Santa Catarina. E o Papa explicou: “Cada um de nós deve responder, da melhor forma possível, o chamado do Senhor para construir seu Corpo, que é a Igreja: ‘E você o que vai fazer?’”.
Jesus é o sólido alicerce em que se fundamenta nossa missão
A partir destas palavras, o Papa se deteve em dois aspectos, no contexto da nossa missão especial de transmitir a alegria do Evangelho e edificar a Igreja como sacerdotes, diáconos ou membros de institutos de vida consagrada. 
Primeiro, referindo-se ao numerosos jovens que, nas paróquias e escolas, têm os mesmos ideais elevados, generosidade de espírito e amor a Cristo e à Igreja, o Santo Padre recordou: “Um dos grandes desafios que a Igreja tem pela frente, nesta geração, é promover, em todos os fiéis, o sentido de responsabilidade pessoal pela missão da Igreja e torná-los capazes de a cumprir como discípulos missionários, sendo fermento do Evangelho no nosso mundo.
Criatividade
Isto, porém, frisou o Pontífice, exige criatividade para se adaptar às situações em mudança, para levar adiante a herança do passado, dóceis ao Espírito, e comunicar a alegria do Evangelho, todos os dias e em todas as estações da vida. Aqui, o Papa explicou o segundo aspecto da nossa missão cristã:
Rezem com fervor pelo Sínodo dos Bispos sobre a família
“Sabemos que o futuro da Igreja, numa sociedade em rápida mudança, exigirá e exige, desde já, um compromisso cada vez mais ativo por parte dos leigos. A Igreja nos Estados Unidos sempre dedicou um enorme esforço ao trabalho da catequese e da educação. O nosso desafio, hoje, é construir alicerces sólidos e promover um sentido de colaboração e responsabilidade compartilhada, quando programamos o futuro das nossas paróquias e instituições”.
Porém, advertiu o Pontífice ao clero, isto não significa descuidar da autoridade espiritual que nos foi confiada, mas discernir e usar sabiamente os múltiplos dons que o Espírito concede à Igreja. De forma particular, valorizar a contribuição imensa que as mulheres, leigas e consagradas, deram e continuam a oferecer à vida das nossas comunidades. Por fim, o Pontífice deixou a seguinte exortação aos bispos e clero da Pensilvânia:
Apoio
“Encorajo-os a deixar-se renovar na alegria daquele primeiro encontro com Jesus, extraindo, de tal alegria, renovada fidelidade e vigor. Durante estes dias de Encontro Mundial das Famílias, peço-lhes para refletir sobre a qualidade do nosso ministério com as famílias, os casais de noivos e os jovens. Peço-lhes que rezem com fervor pelas famílias e pelas decisões do próximo Sínodo dos Bispos sobre a família”.
O Santo Padre concluiu sua homilia, dirigindo seu olhar a Maria, nossa Mãe Santíssima, para que, com o seu amor materno, interceda pelo crescimento da Igreja na América, levando alegria, esperança e força ao mundo. 
Ao término da Santa Missa, o Papa deixou a Catedral e se transferiu para o Seminário São Carlos Borromeu, em Filadélfia, onde ficará hospedado até o final desta sua 10ª Viagem Internacional. Na parte da tarde deste sábado (26/9), o Bispo de Roma manterá um encontro pela “Liberdade Religiosa”, com a Comunidade hispânica e outros imigrantes, no Parque Histórico da Independência Nacional.
O Pontífice concluirá suas atividades, neste quinto dia de permanência em terras norte-americanas, presidindo, às 20h20, hora de Brasília, à Vigília de Oração, durante a qual encontrará as Famílias, no Parque Benjamin Franklin de Filadélfia, no âmbito do VIII Encontro Mundial das Famílias. (MT)
Assista:
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Papa:
Que as religiões unam sua voz para invocar paz e tolerância
Filadélfia (RV) - Um povo que recorda não repete os erros do passado; pelo contrário, olha confiante para os desafios do presente e do futuro: foi o que disse o Papa Francisco no encontro em prol da liberdade religiosa, realizado no Independece National Historical Park de Filadélfia, lugar do nascimento dos EUA.
Partindo do simbolismo que o lugar representa, o Pontífice evocou a Declaração de Independência deste país para, em seguida, desenvolver a sua reflexão acerca das liberdades e, depois, discorrer sobre a liberdade religiosa.
A dimensão transcendente da existência humana nos garante a liberdade
Após evidenciar que a verdade deve ser constantemente reafirmada, assumida e defendida, Francisco afirmou que todos nos  beneficiamos quando se faz memória do nosso passado. “A memória salva a alma dum povo de tudo aquilo ou de todos aqueles que poderiam tentar dominá-lo ou utilizá-lo para os seus interesses”, reiterou.
Referindo-se novamente ao lugar símbolo do espírito estadunidense, o Santo Padre disse que a liberdade religiosa “é um direito fundamental que plasma o modo como interagimos social e pessoalmente com nossos vizinhos, cujos pontos de vista religiosos são diferentes dos nossos”.
“A liberdade religiosa implica certamente o direito de adorar a Deus, individual e comunitariamente, como a nossa consciência dita. Mas, por outro lado, a liberdade religiosa transcende, por sua natureza, os lugares de culto, bem como a esfera dos indivíduos e das famílias.”
As nossas diferentes tradições religiosas “lembram-nos a dimensão transcendente da existência humana e a nossa liberdade irredutível contra qualquer pretensão de poder absoluto”.
“Basta lançar um olhar à história, especialmente à do século passado, para ver as atrocidades perpetradas pelos sistemas que pretenderam construir este ou aquele ‘paraíso terrestre’ dominando os povos, subjugando-os com princípios aparentemente indiscutíveis e negando-lhes qualquer tipo de direito.”
Num mundo onde as diferentes formas de moderna tirania procuram suprimir a liberdade religiosa, ou reduzi-la a uma subcultura sem direito de expressão na esfera pública, ou ainda – continuou – usar a religião como pretexto para o ódio e a brutalidade, “torna-se forçoso que os seguidores das diferentes religiões unam a sua voz para invocar a paz, a tolerância, o respeito pela dignidade e os direitos dos outros”, foi o premente convite do Papa.
Referindo-se aos fundadores de Filadélfia, os Quakers – que viviam inspirados por um profundo sentido evangélico da dignidade de cada pessoa –, Francisco aproveitou a ocasião para agradecer a todos aqueles que procuram, qualquer que seja a sua religião, servir o Deus da paz “cuidando do próximo necessitado, defendendo a dignidade do dom divino da vida em todas as suas fazes, defendendo a causa do pobre e dos imigrantes”.
A última parte de seu discurso foi dedicada à grande população hispânica dos EUA, reconhecendo em muitos deles, representantes de imigrantes recentes neste país.
Em seguida, o Papa dirigiu-lhes uma palavra de encorajamento e fez um pedido:
“Não desanimeis com os desafios e as dificuldades que tendes de enfrentar, sejam eles quais forem. Peço para não vos esquecerdes que, tal como aqueles que vieram antes de vós, trazeis muitos talentos à vossa nova nação. Não vos envergonheis das vossas tradições. Não esqueçais as lições que aprendestes dos vossos antepassados e que podem enriquecer a vida deste país americano.”
Francisco concluiu dizendo que também eles são chamados a ser cidadãos responsáveis e a contribuir frutuosamente para a vida das comunidades onde vivem, e que trazendo suas contribuições, não só encontrariam o seu lugar ali, mas ajudariam “a sociedade a renovar-se a partir de dentro”. (RL)
Assista:
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Papa na Festa das Famílias:
“A família tem cidadania divina”
Centenas de milhares de pessoas acolheram o Papa na sua chegada ao Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia, na noite do sábado (26/9). No palco, o espetáculo foi conduzido por grandes nomes da música dos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, pela emoção dos testemunhos das famílias. Após ouvir diversos testemunhos de famílias das mais diferentes realidades que compartilharam as experiências de vida, o Papa iniciou a sua reflexão, deixando de lado o discurso preparado e falando de coração.
“Queridos irmãos e irmãs, queridas famílias
Nas famílias há cruz, mas, em seguida, há ressurreição
A beleza nos leva a Deus. Um testemunho verdadeiro nos leva a Deus. Porque Deus também é verdade. Beleza e Verdade. E um testemunho dado para servir é bom, nos faz bons, porque Deus é bondade. Todos os bons, todos os verdadeiros, toda a beleza nos levam a Deus, porque Deus é bom, é belo, é verdade. Obrigado a todos, a todos que deram testemunho, e a presença de vocês que também é um testemunho de que vale a pena a vida em família.  De que uma sociedade cresce forte, cresce boa, cresce sólida se se edifica na família.
Uma vez, uma criança me perguntou. Sabem, crianças fazem perguntas difíceis. Padre, o que Deus fazia antes de criar o mundo? Lhes asseguro que me custou muito responder. E disse o que vou dizer agora: antes de criar o mundo, Deus amava, porque Deus é amor.
Era tal o amor, do Pai, Filho e Espirito Santo que transbordava, não sei se e muito teológico, era tão grande que não poderia ser egoísta, tinha que sair de si mesmo. Para compartilhar o amor quem ele amava, e então Ele criou esse mundo lindo em que vivemos. E, por estarmos um pouco confusos, o estamos  destruindo. Mas o mais lindo que Deus fez foi a família.
Criou o homem e a mulher, e lhes entregou tudo. O mundo. Cresçam, multipliquem-se, cultivem a terra, façam produzir, crescer, com todo o amor que fez a Criação, entregou a uma família. Todo o amor, a beleza e entrega a família... quando essa abre os braços e recebe.
Não existe paraíso na terra. Existem problemas, porque por astúcia do diabo os homens aprenderam a se dividir. Todo esse amor que Deus nos deu, foi quase perdido. Em pouco tempo, o primeiro crime, o primeiro fratricídio. Um irmão mata outro irmão. A guerra, o amor, a beleza e a verdade de Deus e a destruição da guerra, e entre essas duas posições, caminhamos hoje.
Cabe a nos escolher, decidir o caminho que queremos seguir. Vamos para trás...quando o homem e sua mulher se equivocaram, Deus não os abandonou. É muito grande o amor de Deus, que começou então a caminhar com seu povo até que chegou o momento justo e deu a maior expressão de seu Amor, seu Filho: e para onde mandou seu Filho? A um palácio, uma empresa... não, mandou-O a uma família.
A beleza nos leva a Deus, e na família há beleza
Pôde fazer isso porque era uma família que tinha o amor aberto ao coração, as portas abertas. Pensemos em Maria, não poderia acreditar. Como isso pode acontecer? Quando explicaram, ela obedeceu. Pensemos em José, cheio de planos e, de repente, se encontra nessa situação que não entende, mas aceita. E em obediência, de amor de Maria e José, se dá uma família em que Deus vem. Deus sempre bate às portas dos corações. Ele gosta de fazer isso. Ele sai de dentro. Mas sabe o que mais gosta? Bater às portas das famílias, encontrar famílias que se amam, que fazem crescer seus filhos, que os levam adiante, que criam uma sociedade de bondade, de verdade e de beleza.
Estamos na festa da família. A família tem cidadania divina. A carta de identidade que elas têm foi dada por Deus para que no coração da famílias cresçam a bondade, verdade e beleza.
Alguns podem dizer. Padre, você fala isso porque é solteiro. A família tem dificuldade. Em família discutimos. A família, às vezes quebra pratos. Nas famílias, os filhos dão dor de cabeça, não falemos das sogras.
Mas, nas famílias, sempre há cruz. Porque o amor de Deus, do Filho de Deus, também nos abriu esse caminho. Mas nas famílias depois da cruz há ressurreição, porque o Filho de Deus nos abriu esse caminho. Por isso a família é uma fábrica de esperança, de esperança e ressurreição. Deus abriu este caminho e os filhos, dão trabalho, sim. Nós como filhos demos trabalho. Às vezes, em casa, vejo alguns de meus colaboradores que vêm trabalhar com olheiras, que têm um bebe de 1 mês, 2 meses...e pergunto: não dormiste? - Não pude porque eles não dormiram a noite toda. Na família há dificuldades. Mas essas dificuldades se superam com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade.
A divisão dos corações não supera nenhuma dificuldade. Somente o amor é capaz de superar. O amor é festa. O amor é alegria. O amor é seguir em frente. Não quero falar muito porque já é tarde, mas queria dizer de dois pontos sobre as famílias.
Nas crianças e nos jovens colocamos nossas  esperanças
Queria que se tivesse... não só queria, mas temos que ter cuidado: das crianças e dos avós.
As crianças e os jovens são a força, são aqueles nos quais colocamos as esperanças. Os avós são a memória das famílias. São os que nos deram a fé, nos transmitiram a fé. Cuidar dos avós e das crianças é a mostra do amor, não sei se maior, mas mais promissor da família, porque promete o futuro. Um povo que não sabe cuidar das crianças e um povo que não sabe cuidar dos avós é um povo sem futuro. Porque não tem a força e não tem a memória que o leva adiante.
A família é beleza, mas tem problemas. Às vezes há inimizades. Maridos que brigam com as mulheres, os filhos que não se entendem com os pais. Lhes sugiro um conselho: nunca terminem um dia sem fazer as pazes. Em uma família não se pode terminar o dia em guerra. Que Deus os abençoe. Que Deus lhes dê a força que lhes anime a seguir adiante. Cuidemos a família, defendamos a família, porque aí está em jogo o nosso futuro. Rezem por mim”. (RB)
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                                                                      Fonte: radiovaticana.va    news.va

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Filadélfia - EUA

Aberto oficialmente o VIII Encontro Mundial das Famílias

Filadélfia (RV) - Com o tema, “O amor é a nossa missão: A família plenamente viva”, inspirado em Santo Irineu, um dos primeiros Padres da Igreja, teve início oficialmente às 13h locais da terça-feira (22/09) o VIII Encontro Mundial das Famílias.
Encontro Mundial das Famílias - Filadélfia 2015
Durante a manhã, os Arcebispos Paglia, Presidente do Pontifício Conselho para a Família, e o franciscano Chaput, apresentaram o evento aos jornalistas.  Segundo o arcebispo da diocese anfitriã, Dom Charles Chaput, o tema teve também no Papa Francisco um inspirador, por este Pontífice encarnar a mensagem de misericórdia, alegria e amor que constitui o coração do Evangelho.
Além das palestras e estandes do Congresso, outra iniciativa que desperta curiosidade é o enorme grafiti - desenhado pelo artista imigrante mexicano César Viveros,  que vive na cidade há 15 anos -  pintado por cerca de 3 mil cidadãos de Philly.
Centro de Congressos de Filadélfia - Sede do Encontro
Em 372 m2, a obra mostra o Papa com uma criança nos braços, rodeado de vários pais e mães com filhos, flores e vinhas. O conjunto de imagens inclui ainda uma pia baptismal, um jovem que abraça uma idosa e duas crianças juntas: uma afroamericana e uma menina com síndrome de Down. Na parte superior, um mosaico de cristais prateados, amarelos e dourados, representa um céu estrelado. Colorido entre maio e agosto, o último toque será dado pelos visitantes que vieram para participar do Encontro.
Para Filadélfia, ‘a ocasião de hospedar o EMF e o Papa é irrepetível’, frisou o arcebispo Chaput. ‘Para todos nós, a ocasião de estar aqui e testemunhar este momento também o é’, reitera Dom Frei João Bosco Barbosa de Sousa, Presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, hóspede no estúdio da RV em Filadélfia.
Segundo o assessor da Comissão, Padre Moacir Antunes, o Papa trouxe como novidade para as famílias uma nova linguagem, como a que falamos em nossas casas. (CM)
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                                                                                      Fonte: radiovaticana.va

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Francisco:
Família não é problema, mas "a melhor herança ao mundo"

O último compromisso desta terça-feira (22/9) em Cuba antes de partir para os Estados Unidos começou quase uma hora antes do previsto. Papa Francisco foi recebido com muito carinho pelas famílias presentes na Catedral Nossa Senhora de Assunção em Santiago de Cuba, sempre solícito e muito simpático, até parou para fotos e abraços.
Santiago de Cuba é a segunda cidade mais importante do país, com cerca de 500 mil habitantes, e a terceira a ser visitada pelo Papa nesta viagem pastoral que começou no último sábado (19/9) por Havana e terminará no final de semana pela Filadélfia.
Família: precioso presente de Deus
A Catedral que recebeu o Papa tem quase 500 anos de fundação. A presença evangelizadora da Igreja naquela cidade foi lembrada pelo arcebispo local, Dom Dionísio García Ibánez. Este é o encontro das famílias cubanas com o seu pastor, disse ele, acrescentando que são famílias oriundas de todas as províncias do país e também do exterior. “A família cubana é alegre e lutadora e quer permanecer unida. É a instituição mais valorizada pelos cubanos, mas temos uma forte queda na taxa da natalidade”, comentou Dom García, que também pediu uma bênção especial às “nossas famílias que querem ser fortalecidas”.
Uma família com pai, mãe e três filhas deu o seu testemunho na ocasião, falando sobre o trabalho honesto para sustentar o lar. A mãe, que segurava a filha menor nos braços, também pediu uma bênção para viver o lar como “igrejas domésticas”, como instrumentos de paz e misericórdia. Em seguida, Papa Francisco fez questão de saudar todos os membros da família e de dar os parabéns ao patriarca que, hoje, completava 36 anos de idade.
Festa
Durante o seu discurso no Encontro com as Famílias, Papa Francisco aproveitou para agradecer aos cubanos por terem feito o Pontífice se sentir em casa. O encontro na Catedral de Santiago foi descrito pelo Santo Padre como “a cereja sobre o bolo”. E citou o Evangelho de João que apresenta as bodas de Caná, “uma festa em família”.
"As bodas são momentos especiais na vida de muitos. Para os ‘mais veteranos’, pais, avós, é uma ocasião para recolher o fruto da semeadura. Dá alegria à alma ver os filhos crescerem, conseguindo formar o seu lar. É a oportunidade de verificar, por um instante, que valeu a pena tudo aquilo por que se lutou. Acompanhar os filhos, apoiá-los, incentivá-los para que possam se decidir a construir a vida, a formar a sua família, é um grande desafio para todos os pais. Os recém-casados, por sua vez, encontram-se na alegria. Todo um futuro que começa; tudo tem ‘sabor’, as coisas novas, a esperança. Nas bodas, sempre se une o passado que herdamos e o futuro que nos espera: a memória e a esperança."
Herança
Papa diz que Jesus começa a sua vida pública numa boda. “Jesus começa a sua vida no interior de uma família, no seio de um lar. E é no seio dos nossos lares que Ele incessantemente continua a se inserir, e deles continua a fazer parte”.
"Jesus escolhe esses momentos para nos mostrar o amor de Deus, Jesus escolhe estes espaços para entrar nas nossas casas e ajudar-nos a descobrir o Espírito vivo e atuante nas nossas realidades quotidianas. É em casa onde aprendemos a fraternidade, a solidariedade, o não ser prepotentes. É em casa onde aprendemos a receber e agradecer a vida como uma bênção, e aprendemos que cada um precisa dos outros para seguir em frente. É em casa onde experimentamos o perdão, e somos continuamente convidados a perdoar, a deixarmo-nos transformar. Em casa, não há lugar para ‘máscaras’: somos aquilo que somos e, de uma forma ou de outra, somos convidados a procurar o melhor para os outros."
Valor local
Por isso, disse Francisco, “a comunidade cristã designa as famílias pelo nome de igrejas domésticas, porque é no calor do lar onde a fé permeia cada canto, ilumina cada espaço, constrói comunidade; porque foi em momentos assim que as pessoas começaram a descobrir o amor concreto e operante de Deus”.
"Em muitas culturas, hoje em dia, vão desaparecendo esses espaços, vão desaparecendo esses momentos familiares; pouco a pouco, tudo leva a se separar, a se isolar; escasseiam os momentos em comum, para estar juntos, para estar em família. Assim não se sabe esperar, não se sabe pedir licença ou desculpa, nem dizer obrigado, porque a casa vai ficando vazia, não de pessoas, mas vazia de relações, vazia de contatos, vazia de encontros, de pais, avós, irmãos."
“Sem família, sem o calor do lar, a vida torna-se vazia; começam a faltar as redes que nos sustentam na adversidade, alimentam na vida quotidiana e motivam na luta pela prosperidade”, disse o Papa Francisco.
Desafios
"A família nos salva de dois fenômenos atuais que acontecem hoje em dia: a fragmentação (a divisão) e a massificação. Em ambos os casos as pessoas se transformam em indivíduos isolados, fáceis de manipular e controlar. Então encontramos no mundo sociedades divididas, quebradas, separadas ou altamente massificadas. São consequência da ruptura dos laços familiares, quando se perdem as relações que nos constituem como pessoa, que nos ensinam a ser pessoa. Um se esquece como se diz papai, mamãe, avô ou avó; vão se esquecendo de relações que são o fundamento."
“A família é escola da humanidade”, definiu o Papa Francisco, que “ensina a pôr o coração aberto às necessidades dos outros, a estar atento à vida dos demais”. O Santo Padre comentou que viver bem em família é deixar de lado a vida centrada no ‘Eu, me, mim, comigo’, os pequenos egoísmos que não são nem solidariedade, nem trabalho comum.
Esperança
"Apesar de tantas dificuldades que afligem hoje as nossas famílias, não nos esqueçamos, por favor: as famílias não são um problema, são sobretudo uma oportunidade; uma oportunidade que temos de cuidar, proteger, acompanhar. É uma maneira de dizer que é uma benção. Quando a família será um problema, é porque estará muito centrada no eu. Discute-se muito sobre o futuro, sobre o tipo de mundo que queremos deixar aos nossos filhos, que sociedade queremos para eles. Creio que uma das respostas possíveis se encontra olhando em vocês: deixemos um mundo com famílias. É a melhor herança."
Foi quando o Papa Francisco abençoou todas as mulheres grávidas presentes e também as que acompanhavam o Encontro através dos meios de comunicação. Pediu que “as grávidas de esperança” tocassem a barriga para receber a benção no desejo de os filhos venham com saúde e cresçam bem. E o Papa, então, fez menção à Eucaristia:
“É a ceia da família de Jesus, que, de um extremo ao outro da terra, se reúne para escutar a sua Palavra e se alimentar com o seu Corpo. Jesus é o Pão de Vida das nossas famílias, quer estar sempre presente, alimentando-nos com o seu amor, sustentando-nos com a sua fé, ajudando-nos a caminhar com a sua esperança, para que possamos, em todas as circunstâncias, experimentar que Ele é o verdadeiro Pão do Céu”.
Ao final do seu discurso, pedindo uma oração especial, o Santo Padre lembrou que estará participando do Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia e, dentro de um mês, do Sínodo dos Bispos, cujo tema é a família.
Em frente à Catedral de Santiago e se direcionando a todo o povo cubano, em sua despedida do país, Papa Francisco fez uma saudação especial aos avós e aos jovens. O Pontífice enalteceu que “um povo que cuida dos avós e dos jovens tem o futuro garantido”. No seu último trajeto pelas ruas de Cuba, uma multidão acompanhou o Papa em agradecimento ao carinho do Santo Padre transmitido durante quatro dias de visita pastoral ao país caribenho. (AC)
Assista:
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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Papa Francisco:
A família nos salva da colonização do dinheiro

Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 30 mil fiéis e peregrinos participaram da Audiência Geral na Praça São Pedro com o Papa Francisco.
Esta quarta-feira (16/09), sob céu encoberto, o Pontífice concluiu seu ciclo de reflexões sobre a família, recordando que a Igreja está prestes a viver dois importantes eventos: o Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia, e o Sínodo dos Bispos, em Roma.
Família de refugiados sírios chega à Grécia 
Para Francisco, diante de uma sociedade administrada pela tecnocracia econômica, é necessária uma nova aliança do homem e da mulher para emancipar os povos da “colonização do dinheiro”. Esta aliança, defendeu o Papa, deve voltar a orientar a política, a economia e a convivência civil.
Desta aliança, a comunidade conjugal-familiar do homem e da mulher é a gramática gerativa. Deus confiou  à família não o cuidado de uma intimidade fim em si mesma, mas o projeto de tornar “doméstico” o mundo. “Propriamente a família está no início, na base desta cultura mundial que nos salva; nos salva de tantos ataques, destruições, colonizações, como a do dinheiro e a das ideologias que tanto ameaçam o mundo. A família é a base para defender-se”, disse o Papa.
Francisco salientou que tudo o que acontece entre o homem e a mulher deixa marcas na criação. Em concreto, o pecado original – a rejeição à bênção de Deus – adoeceu o mundo. Mas, recordou, Deus nunca abandonou o homem; no livro do Gênesis, a promessa feita à mulher parece garantir a cada nova geração uma bênção especial para defender-se do maligno. “Existem muitos clichês, às vezes ofensivos, sobre a mulher sedutora que inspira o mal. Ao invés, há espaço para um teologia da mulher que seja à altura desta bênção de Deus para ela e a para geração!”, defendeu.
Cristo, recordou o Papa, nasceu de uma mulher. “É a carícia de Deus sobre as nossas chagas, nosso erros e pecados. Mas Deus nos ama como somos e quer levar-nos avante com este projeto, e a mulher é a mais forte a leva-lo avante.”
Por fim, Francisco ressaltou que a promessa que Deus faz ao homem e à mulher inclui todos os seres humanos até o fim da história. “Se tivermos fé suficiente, as famílias dos povos da Terra se reconhecerão nesta bênção. Caminhando juntos, sem fazer proselitismo”, disse o Papa, pedindo a bênção de Deus às famílias de todos os ângulos da Terra. (BF)
Assista à integra da Audiência em português


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Francisco pede aos fiéis que rezem por sua próxima viagem

No próximo sábado (19/9), o Papa partirá para a sua 10ª viagem apostólica, tocando desta vez Cuba e Estados Unidos. Nesta quarta-feira, aos milhares de fiéis que lotaram a Praça São Pedro na última audiência geral antes da viagem, o Pontífice pediu que rezassem por ele.
Rezemos pelo Santo Padre e pelo êxito de sua viagem
“Uma missão à qual me dedicarei com grande esperança. O motivo principal desta viagem é o VIII Encontro Mundial das Famílias, a se realizar em Filadélfia. Irei também à sede central da ONU, no septuagésimo aniversário desta instituição. Desde já, comprimento com carinho os povos cubano e estadunidense que, conduzidos por seus Pastores, se prepararam espiritualmente. Peço a todos que me acompanhem com a oração, invocando a luz e a força do Espírito Santo e a intercessão de Maria Santíssima, a Padroeira de Cuba Nossa Senhora do Cobre, e Padroeira dos Estados Unidos, Imaculada Conceição
Confira toda a agenda papal
e a programação da RV na viagem do Papa na página da Rádio Vaticano.
Ainda no próximo sábado, em San Miniato (na região italiana da Toscana) será beatificado Pio Alberto del Corona, Bispo daquela diocese falecido aos 75 anos em 1912, fundador da Congregação das Irmãs Dominicanas do Espírito Santo. 
Francisco recordou o novo beato como um “zeloso guia e sábio mestre do povo a ele confiado. Que o seu exemplo e sua intercessão ajudem a Igreja a caminhar no espírito do Evangelho, gerando frutos de obras de bem”. (CM)
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Papa recorda a ministros preceitos contra mudanças climáticas
O Papa recebeu na manhã desta quarta-feira (16/9), um grupo de ministros do Meio Ambiente da União Europeia. Para contribuir com o debate, o Papa apresentou três aspectos fundamentais que desafiam os Países a tomarem atitudes concretas contra as mudanças ambientais.
Cuidemos da presente e das futuras gerações
Ao recordar que o ministério do meio ambiente assumiu, nos últimos anos, uma posição de destaque nos governos, Francisco afirmou que essa responsabilidade requer uma colaboração eficaz ao interno da Comunidade internacional.
Às vésperas da declaração das Nações Unidas sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável e da Conferência do Clima de Paris, o Pontífice reiterou que os que mais sofrem com as mudanças climáticas são os mais pobres.
Solidariedade
Francisco fez um chamado à genuína solidariedade que, neste caso, quer dizer colocar em prática instrumentos eficazes que unam a luta contra o degrado ambiental com aquela contra a pobreza.
“Existem numerosas experiências positivas em tal direção. Trata-se, por exemplo, de desenvolvimento e transferência de tecnologias apropriadas, capazes de utilizar da melhor maneira os recursos humanos, naturais, socioeconômicos, grande parte destes acessível em nível local, para garantir uma sustentabilidade também a longo prazo”, explicou o Papa.
Justiça
Soma-se a isso o princípio da justiça, já explanado pelo Pontífice na encíclica Laudato si. Aqui, Francisco destacou a questão do “débito ecológico” existente entre o Norte e o Sul, ligado a desiquilíbrios comerciais com consequências também em âmbito ecológico.
“Devemos honrar este débito. Os Países ricos são chamados a contribuir, a resolver este débito dando um bom exemplo, limitando em modo importante o consumo de energia, provendo recursos aos Países mais necessitados para que possam promover politicas e programas de desenvolvimento sustentável”, afirmou o Papa.
Participação
Ao terminar sua reflexão, Francisco apresentou o preceito da participação que requer o envolvimento de todas as partes em causa, principalmente “daquelas que frequentemente ficam à margem dos processos decisórios”.
“Trata-se, obviamente, de um grande desafio cultural, espiritual e educativo. Solidariedade, justiça e participação para o respeito da nossa dignidade e para o respeito da criação”, concluiu o Papa ao garantir que da sua parte e da Santa Sé não faltará apoio para responder de maneira adequada tanto ao grito da Terra quanto ao grito dos pobres. (RB)
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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Papa exorta Equipes de Nossa Senhora

a levar a misericórdia às famílias feridas

Cidade do Vaticano (RV) –  Na manhã desta quinta-feira o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina cerca de 400 participantes das Equipes de Nossa Senhora, presentes em Roma para seu encontro mundial. O Papa encorajou-os a colocar em prática a espiritualidade do movimento, fortificar o empenho missionário e serem instrumentos da misericórdia de Cristo em relação às pessoas que tiveram o matrimônio fracassado.
O Santo Padre sublinhou no início de seu pronunciamento que este encontro precede o Sínodo dos Bispos que vai refletir sobre os desafios das famílias, visto “as ameaças no atual contexto cultural difícil”. Neste sentido, Francisco insiste no “papel missionário das Equipes de Nossa Senhora, onde a vida conjugal se aprofunda e se aperfeiçoa graças à espiritualidade do movimento”. E os exorta “a testemunhar, anunciar e comunicar para fora, aquilo que vivem  como casais e famílias”. “Os casais e as famílias cristãs – observou o Papa - normalmente estão em melhores condições para anunciar Jesus Cristo às outras famílias, apoiando-as, fortificando-as e encorajando-as”.
Sejam instrumentos da misericórdia de Cristo e da Igreja
junto aos casais que não deram certo
Inicialmente, o Papa encorajou os casais a colocarem em prática e a viverem em profundidade a espiritualidade do movimento, destacando a importância dos “pontos concretos de compromisso” propostos, que “representam realmente uma ajuda eficaz aos casais para “progredirem com confiança na vida conjugal no caminho do Evangelho”:
“Penso em particular na oração dos casais e em família, bonita e necessária tradição que tem sempre sustentado a fé e a esperança dos cristãos, mas infelizmente abandonada em tantas regiões do mundo; penso também no tempo do diálogo mensal proposto entre os esposos – o famoso e empenhativo Dever de sentar-se - que vai contra a corrente em relação aos hábitos do mundo frenético e agitado, cheio de individualismos, e que é um momento de troca vivido na verdade sob o olhar do Senhor. É um tempo precioso de agradecimento, de perdão, de respeito recíproco e de atenção pelo outros”.
A presença na vivência em equipe do sacerdote acompanhante, leva a uma reciprocidade fecunda, ressaltou Francisco. “Agradeço às equipes de Nossa Senhora por serem um apoio e um encorajamento no ministério de vossos sacerdotes ,que encontram sempre, no contato com as vossas equipes e as vossas famílias, a alegria sacerdotal, a presença fraterna, o equilíbrio afetivo e a a paternidade espiritual”.
Em segundo lugar, o Santo Padre convidou os casais, fortificados pelo encontro em equipe, a um empenho missionário. O Papa chama a atenção da missão a eles confiada, “que é tão mais importante enquanto imagem da família - como Deus quer, formada por um homem e uma mulher em vista do bem dos cônjuges e também da geração e educação do filhos - e que é deformada mediante poderosos projetos contrários apoiados, por colonizações ideológicas”.
Mesmo reconhecendo que os membros das Equipes de Nossa Senhora já são missionários “pela irradiação da própria vida” – pois uma família habitada pela presença de Deus fala por si só do amor de Deus por todos os homens -  o Papa convidou para que também se empenhem em “acolher, formar e acompanhar na fé, particularmente os jovens casais, antes e após o matrimônio”:
 “Vos exorto também a continuarem a fazerem-se próximos às famílias feridas, que são hoje tão numerosas, pelo motivo da falta de trabalho, da pobreza, de um problema de saúde, de um luto, da preocupação causada por uma criança, do desequilíbrio provocado por um afastamento ou uma ausência, pelo clima de violência. Devemos ter a coragem de entrar em contato com estas famílias, de maneira discreta mas generosa, materialmente, humanamente ou espiritualmente, naquelas circunstâncias onde elas se encontram vulneráveis”.
O Papa, por fim, encoraja os casais das Equipes de Nossa Senhora “a serem instrumentos da misericórdia de Cristo e da Igreja em relação às pessoas cujo matrimônio fracassou”:
“Não esqueçam nunca de que a vossa fidelidade conjugal é um dom de Deus, e que para cada um de vocês foi usada de misericórdia. Um casal unido e feliz pode compreender melhor do que qualquer outro a ferida e o sofrimento que provocam um abandono, uma traição, um fracasso do amor. É necessário, portanto, que vocês possam levar o vosso testemunho e a vossa experiência para ajudar as comunidades cristãs a discernir as situações concretas destas pessoas, em acolhê-las com as suas feridas e em ajudá-las a caminhar na fé e na verdade, sob o olhar de Cristo Bom Pastor, para que tomem parte em um modo apropriado na vida da Igreja. Não esqueçam tampouco o sofrimento das crianças que vivem estas dolorosas situações familiares: a eles vocês podem dar muito”.
O Pontífice concluiu renovando a sua confiança e encorajamento às Equipes de Nossa Senhora, afirmando que desde o momento em que a causa de beatificação do fundador, Padre Enrico Caffarel chegou a Roma, “rezo para que o espírito santo ilumine a Igreja no juízo que a seu tempo deverá pronunciar a seu respeito”. (JE)
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                                                                                      Fonte: radiovaticana.va

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Papa Francisco na Audiência desta quarta-feira:

As Igrejas e as instituições com as portas fechadas não devem se chamar igrejas, mas museus!
Cidade do Vaticano (RV) – A relação da família com a comunidade cristã foi o tema da Audiência Geral do Papa Francisco esta quarta-feira (09/09), na Praça S. Pedro.
Diante de milhares de fiéis, o Pontífice recordou que a família é o local da nossa iniciação na comunidade, na história da Igreja que caminha com o seu povo. O próprio Jesus aprendeu a história humana percorrendo este caminho.
Quando deixou Nazaré e começou a vida pública, Jesus formou em torno de si uma comunidade, uma “assembleia”, ou seja, uma con-vocação de pessoas. “Este é o significado da palavra ‘igreja’”, explicou o Papa.
Os templos devem estar abertos para acolher a todos
“Nos Evangelhos, a assembleia de Jesus recebe a forma de uma família acolhedora, não de uma seita exclusiva. Jesus não deixa de acolher e falar com todos. É uma lição forte para a Igreja!”, prosseguiu.
Por isso, o Papa considera “indispensável e urgente” reavivar esta aliança entre a família e a comunidade cristã. Para Francisco, uma Igreja realmente segundo o Evangelho só pode ter a forma de uma casa acolhedora, sempre com as portas abertas.
“As Igrejas e as instituições com as portas fechadas não devem se chamar igrejas, mas museus!”, expressou o Papa, que definiu esta aliança “crucial” contra os centros de poder ideológicos, financeiros e políticos. Pelo contrário, as comunidades devem se tornar “centro de amor”, centros evangelizadores repletos de calor humano.
Para isso, é necessário uma fé generosa para reencontrar a inteligência e a coragem de renovar esta aliança. “As famílias às vezes hesitam”, constatou Francisco, dizendo que não estão à altura devido a fraturas, incapacidades, problemas ou desânimo.
“É verdade. Mas ninguém é digno, ninguém está à altura, ninguém tem forças! Sem a graça de Deus, não poderíamos nada. Tudo nos é dado gratuitamente. Se nos colocarmos em suas mãos, Ele nos faz realizar milagres.”
Naturalmente, continuou o Papa, também a comunidade cristã tem que fazer a sua parte. Por exemplo, tentando superar atitudes demasiado funcionais, favorecendo o diálogo interpessoal, o conhecimento e a estima recíproca.
“As famílias têm que tomar a iniciativa e se sentirem responsáveis de oferecer seus preciosos dons à comunidade. A família e a paróquia devem realizar o milagre de uma vida mais comunitária para toda a sociedade.”
Ao saudar os grupos presentes na Praça, o Papa citou os brasileiros provenientes de Santo André e de São Caetano do Sul. (BF)
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Assista à Catequese do Papa:

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                                                                                      Fonte: radiovaticana.va

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Decisão do Papa Francisco:

Processos de nulidade matrimonial serão mais simples e rápidos
Cidade do Vaticano (RV) – Foram anunciadas na manhã de terça-feira (08/09) as principais mudanças decididas pelo Papa em relação aos processos de nulidade matrimonial.
Os dois documentos atendem a anseios de fiéis e bispos
O objetivo do Papa não é favorecer a nulidade dos matrimônios, mas a rapidez dos processos: simplificar, evitando que por causa de atrasos no julgamento, o coração dos fiéis que aguardam o esclarecimento sobre seu estado “não seja longamente oprimido pelas trevas da dúvida”.
As alterações constam nos dois documentos ‘Mitis Iudex Dominus Iesus’ (Senhor Jesus, manso juiz) e ‘Mitis et misericors Iesus’ (Jesus, manso e misericordioso), apresentados na Sala de Imprensa da Sé.
A reforma foi elaborada com base nos seguintes critérios: 
1Uma só sentença favorável para a nulidade executiva: não será mais necessária a decisão de dois tribunais. Com a certeza moral do primeiro juiz, o matrimônio será declarado nulo.
2. Juiz único sob a responsabilidade do Bispo: no exercício pastoral da própria ‘autoridade judicial’, o Bispo deverá assegurar que não haja atenuações ou abrandamentos. 
3O próprio Bispo será o juiz: para traduzir na prática o ensinamento do Concílio Vaticano II, de que o Bispo é o juiz em sua Igreja, auspicia-se que ele mesmo ofereça um sinal de conversão nas estruturas eclesiásticas e não delegue à Cúria a função judicial no campo matrimonial. Isto deve valer especialmente nos processos mais breves, em casos de nulidade mais evidentes. 
4Processos mais rápidos: nos casos em que a nulidade do matrimônio for sustentada por argumentos particularmente evidentes. 
5O apelo à Sé Metropolitana: este ofício da província eclesiástica é um sinal distintivo da sinodalidade na Igreja.
6A missão própria das Conferências Episcopais: considerando o afã apostólico de alcançar os fiéis dispersos, elas devem sentir o dever de compartilhar a ‘conversão’ e respeitarem absolutamente o direito dos Bispos de organizar a autoridade judicial na própria Igreja particular. Outro ponto é a gratuidade dos processos, porque “a Igreja, mostrando-se mãe generosa, ligada estritamente à salvação das almas, manifeste o amor gratuito de Cristo, por quem fomos todos salvos”.
7O apelo à Sé Apostólica: será mantido o apelo à Rota Romana, no respeito do antigo princípio jurídico de vínculo entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares.
8Previsões para as Igrejas Orientais: considerando seu peculiar ordenamento eclesial e disciplinar, foram emanadas separadamente as normas para a reforma dos processos matrimoniais no Código dos Cânones das Igrejas Orientais.
Diante dos jornalistas credenciados, o juiz decano do Tribunal da Rota Romana, Mons. Pio Vito Pinto explicou que os decretos (motu proprio) são resultado do trabalho da comissão especial para a reforma destes processos, nomeada pelo Papa em setembro de 2014.  
Também estavam na coletiva o Cardeal Francesco Coccopalmerio, Presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, e o arcebispo jesuíta  Luis Francisco Ladaria, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé. (CM)
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                  Fonte: radiovaticana.va  (Observação: o negrito dos itens é do blog)